31 dezembro 2016

Ano Novo, Novos Rumos



         Eis que chega o suspiro derradeiro do ano e me pego cobrando de mim mesma uma parada para reflexão, afinal é de praxe fazer uma retrospectiva e uma lista de metas para o ano novo. Para falar a verdade, talvez  o que mais quero no momento seja  fugir de cobranças e convenções, da obrigação de ter tudo definido, planejado... 
Sim, sei que é preciso ter metas, mas eu quero me dar o direito de descansar a cabeça e deixar isso pra depois. Bom, acho que essa também é uma meta: fazer mais o que me der "na telha",  até mesmo às vezes  não fazer "nada", o que acho que de certa forma é "muito" no contexto do mundo frenético em que vivemos. 
       Em 2016, (será por causa do número 6?) o clima foi tenso, muitos acontecimentos no Estado, Brasil e Mundo  foram tudo o que não planejamos no ano anterior. Mesmo tendo vivido boas experiências pessoais no ano que passou, esses fatos especialmente no cenário político,  me afetaram, me trouxeram um desencanto, especialmente como educadora que lutou a vida inteira na formação de pessoas, sonhando vê-las mudarem o mundo  com consciência cidadã, ética, solidariedade, justiça.  Constatar que as pessoas que tem o poder nas mãos, agem na contramão daquilo que você acredita é muito complicado e desanimador. 
        No entanto é preciso persistir nas nossas crenças e ir à luta, pois temos um presente e um futuro para viver e legar aos filhos e netos. E com esse sentimento que jamais morre num educador, penso que 2017 e os próximos anos que virão me desafiam a encontrar novos rumos, novas formas de contribuir na formação de pessoas capazes de mudar esse cenário de intolerância, desigualdade e violência que estamos presenciando.
      Foram 36 anos atuando em sala de aula, a maioria deles em escolas públicas. Foram muitas experiências, aprendizagens e  ensinamentos. Vivi momentos inesquecíveis, carrego todos na memória e coração. Estudei com afinco, me empenhei para dar o meu melhor, investi meu tempo quase exclusivamente para o trabalho, que nunca foi um fardo. Pelo contrário, apesar das dificuldades do exercício do magistério, o prazer e a alegria de fazer o que gosto me  trouxe vitalidade e energias sempre renovadas. No entanto, a vida passa e é chegado o tempo de repensar outros caminhos. Encerrei esse ano minhas atividades na escola, na sala de aula. 
       Será um desafio me adaptar à realidade que essa falta fará na minha vida. Mas é preciso viver além da escola, acordar sem horário, ler um livro ou assistir a um filme sem pressa, visitar amigos, fazer algumas viagens, dar mais atenção e tempo  à família, realizar um curso ou outras atividades prazerosas  que nunca pude por falta de tempo, trabalhar sim, ainda, mas num outro ritmo, que permita conciliar o tempo  pessoal com o profissional. Conseguirei? Não sei, mas farei o possível. 
Nada está pronto. É preciso repensar, reinventar a própria existência. Encontrar caminhos novos. Tenho sede de viver e vontade de produzir muito. Que venha 2017, com muita saúde. O resto damos um jeito!
FELIZ ANO NOVO a todos os meus amigos!

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